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domingo, 7 de dezembro de 2008

SOBRE BORBOLETAS E IPÊS AMARELOS










































Beijo de borboleta, muita gente já conhece. Pelos menos as crianças. Abraço e sorriso de Ipê Amarelo, só poucos conhecem. É uma coisa com gosto de Lua nova e flor do campo. Tem cheiro de viver-viver e corredeira de rio.
Em borboletas, eu e minha irmã há algum tempo associamos a presença delas à presença de nossa Mãe.
Em forma de borboleta ela vem nos visitar. Fica na sala durante o dia e á noite vai para o quarto. Aparece em lugares improváveis e em momentos inesperados, como um telefone da mãe, uma intuição, uma preocupação. É estranho e mágico.
Quero crer e creio – Uma doce coincidência sobre borboletas encantadas. Mas, é preciso estar encantado também para perceber.
Bem! E o Ipê Amarelo?
Era a árvore predileta de nossa Mãe. Onipresente em suas cataratas de flores. Em frente de casa ela plantou um.
Ipê é pra ser visto. É metido por natureza. Planta convencida. Tem motivos de sobras.
Então, não tinha como eu ir à nascente do Rio Sucuriú e não levar sementes de Ipê para plantar. E assim o fiz. Plantei duas sementes no aterro (Aterro do anjiquinho - Águas emendadas), na vertente entre o rio Sucuriú e Água Amarela e por algum motivo deixei outras sementes para plantar em outro local, no entorno da nascente.

Calor e solidão, quando se junta, literalmente é fogo. Subi na bicicleta e sai do aterro e segui á direita contornando o varjão. Uma trilha apertada em meio ao cerrado margeava o varjão e num rompante gritei que era por minha Mãe que visitava o Rio, que plantava o Ipê e esperava que ela me guiasse nesta viagem.
Neste instante uma Borboleta colorida, projetou-se na frente da bicicleta e numa dança de “zigue e zague” ia em enleios macios e graciosos orientando o caminho. Uma sensação de paz e harmonia veio em mim e com a Borboleta me guiando chorei muito.
Após uma subida e uma nova curva, a trilha se abriu e a Borboleta pousou suavemente à minha frente. Quase cai tentando desviar-me e acabei por parar. Olhei para o Rio Sucuriú encoberto pelo varjão e vi que dali se tinha a mais bela das vistas. Ali plantei o Ipê, ao pé de uma pedra com um formato sutil e de uma simbologia mágica.
Orei e chorei muito, de alegria e saudades.
Agora acredito cada vez mais em Borboletas que beijam e em Ipês Amarelos que sorriem e abraçam.
Se for um dia a nascente do Sucuriú e encontrar um Ipê Amarelo, saiba que tem nome: Amor de Mãe (Lucy).

Um comentário:

Unknown disse...

Ao ler o texto quase choro junto, história muito bonita, da vontade de viver também. Com certeza vou passar por lá um dia, e ao ver o Ipê Amarelo vou me lembrar de você Edmilson.